[fotografia Retirada do Google]
Esta manhã estava num edifício altíssimo no centro da Cidade de Lisboa.
Antes da cliente chegar à sala de reunião para onde me tinham encaminhado, dei por mim embasbacada com a vista!
Ali sente-se a cidade aos nossos pés. Sentem-se os carros, as gruas das obras, os edifícios restaurados, os que estão por restaurar.
Vê-se aquele sol inundar literalmente tudo, vê-se o rio Tejo bem lá ao fundo, vê-se um "degradê" de casas cheias de cor.
Enquanto assistia a esta imagem tão "perfeita" da cidade onde vivo atualmente só me vinham à mente e ao coração as centenas e milhares de pessoas que neste momento se encontram sem teto.
Com as vidas e os bens pessoais destruídos.
Sonhos? Será que existem? Duvido.
O tempo é escasso para sonhar. Acredito que estas pessoas queriam apenas colocar a chave na fechadura, entrar em suas casas e "só" queriam poder fazer o jantar ou simplesmente poderem sentar-se nos seus sofás a ver o Goucha, as noticias ou a novela.
Hoje a notícia são eles.
E é tão triste olharmos para nós e assistirmos a um panorama de comodismo.
As declarações que ouvi esta manhã nas noticias na minha opinião foram vergonhosas.
Depois da catástrofe de Pedrogão, continuamos na mesma inércia.
Hoje, mais uma vez, vou poder regressar a casa, vou poder dormir debaixo do meu teto.
E as centenas, e os milhares de pessoas que não têm a "mesma sorte" que eu?
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